MÃOS DUM ESCREVEDOR



Estas minhas mãos que, de maneira suave
Escrevem alegria, tristeza e dor…
Que pintam Natureza e elevam amor,
Tanta vez sofrem o espasmo da vontade

Contrariando assim meu pensamento.
Sem qualquer contrato ou usura
Sua pele seca, vai-se tornando escura
E o reverbero é levado p’lo vento.

O brilho e o calor que transmitiam outrora
Começa a mirrar aos poucos, agora,
Deixando as veias mais perceptíveis.

Estas minhas mãos que tanto trabalharam,
Que tantas  mãos se-dosas afagaram…
Escrevem ainda, coisas previsíveis…


 © Joaquim Marques




 Porto -- PORTUGAL
2013